Chef Taico
Caldo Verde – Vídeo do preparo:
Receita: Caldo verde
Tempo de preparo: 01h | Serve 06 pessoas
Ingredientes:
- 01 kg de batatas descascadas
- 02 maços de couve fatiadas e repicadas
- 02 cebolas fatiadas
- 01 colher de sopa de banha de poço
- 06 dentes de alho inteiros sem casca
- 200g de calabresa fatiada
- Folhas de louro
- 200g de paio fatiado
- 200g de bacon em cubinhos
- Sal e pimenta
Modo de preparo:
- Cozinhe as batatas com um pouco de sal.
- Aqueça a banha e refogue o bacon, a calabresa e o paio até dourar.
- Adicione a cebola e o alho e doure.
- Quebre as batatas e passe junto com o refogado, mexendo e desmanchando as batatas.
- Junte a água do cozimento das batatas, acerte o sal e a pimenta, mexa bem e cozinhe em fogo baixo por 15 minutos.
- Adicione a couve e sirva em seguida.
Crônica: “Esquentante”
Os invernos eram longos e muito frios.
Naqueles tempos meu guarda roupas era muito mais equipado para esta estação que judiava de todos e de tudo. Luvas, gorros, cachecol, meias de lã compunham minha vestimenta desde meados de abril, época da “Exposição”, até o desfile de sete de setembro. Fazendo as contas era quase meio ano de baixas temperaturas.
Estes agasalhos não eram artigos de luxo e exibicionismo, andando um pouco podiam ser facilmente encontrados em armarinhos pela Rua Sergipe ou nas lojas de departamentos como a Lord, Fuganti ou Pernambucanas.
O frio era para todos, portanto os preços eram democráticos. E assim as mães com suas proles passeavam pelas calçadas com os lábios rachados e os rostos rosados pelo vento frio.
Não obstante em meio à dinheirama que corria solta, os novos ricos exibiam seu poder aquisitivo em um belo desfile de peles, couros e caxemiras, num contraste filosófico com o piso barrento e avermelhado.
Os eventos aconteciam com muita freqüência, desde quermesses a casamentos e formaturas, mas em todos os casos os salões eram gélidos. Não havia aquecedores e nem lareiras.
Muito bem agasalhados os convivas eram servidos tendo como som ambiente um espirro aqui e uma tosse acolá…
Mas de um destes me recordo muito bem e com muita satisfação.
Agradeço muito à colônia portuguesa que nos presenteou com magníficos pratos de sua gastronomia.
Já era noite, o vento gelado fazia a chuva fina cair de atravessado. O piso do local era de lajotas, as mesas de vidro congelavam com os talheres, o desconforto era gritante.
De repente fomos servidos com um maravilhoso “esquentante”: m creme de batatas com paios e calabresas, colorido por muita couve. O maravilhoso caldo verde nos aqueceu até o espírito e salvou a noite.
A melhor comida é a servida na hora certa, no local certo com o clima apropriado.
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