Chef Taico
Receita: Doce de mamão
Tempo de preparo: 24h | Serve 20 pessoas
Ingredientes:
- 02 mamões verdes
- 01 colher de chá de sal
- 12 cravos da índia
- 01 a 02 kg de açúcar
Modo de preparo:
- Risque o mamão com a ponta da faca e deixe sangrar durante a noite.
- Lave e retire as sementes com a ajuda de uma colher.
- Corte em fatias longitudinais e retire os defeitos da casca.
- Rale o mamão na grossura de sua preferência, cubra com uma mistura de 1 litro de água misturada a uma colher de chá de sal e deixe dessorar por pelo menos 30 minutos. Lave em água abundante e escorra bem.
- Ponha metade do açúcar no fundo de uma panela, os cravos e o mamão.
- Mexa devagar em fogo alto até murchar.
- Adicione o açúcar restante e continue mexendo até estar uma calda grossa e o mamão macio.
Crônica: No canto do muro
O quintal fazia parte das nossas vidas.
Parte cimentado e parte terra vermelha recebia os mais variados espécimes animais e vegetais que por ali conviviam e progrediam pacificamente.
O “Bob” passava o dia acorrentado ao pé de limão para a noite, depois de chacoalhar a courama amarela, correr e latir guardando seu território. Viveiro de periquitos, gaiolas variadas, coelhos e galináceos animavam o local, tudo à sombra do enorme flamboyant.
A diversidade de plantas era grande: variadas flores, samambaias, canteiro de ervas e couves e também algumas frutíferas coloriam e perfumavam na sua constante sazonalidade.
Dava muito trabalho: tratar, varrer, podar e lavar. Mangueira na mão já virou diversão, esguichando aqui e ali a água corria adubada pro canto do muro.
Meu pai adorava mamão, comia até as sementes.
Plantados estrategicamente ali onde a água depositava o adubo, alguns mamoeiros produziam sem parar, menos o macho que só polinizava. E não faltava abelha na florada.
Empilhados no longo caule os frutos eram apanhados conforme a receita exigia: verdes, de vez ou maduros.
Pro doce o verde era apanhado, riscado na ponta da faca sangrava a noite toda; “cuidado filhinho, o leite te queima a mão”.
Lavado e ralado grosso dessorava na água com sal pra desamargar lentamente. Enquanto isso o tacho de cobre era esfregado com sal e limão pra tirar o zinabre.
Já no fogo recebia muito açúcar e o mamão já lavado.
Lentamente o doce era mexido, a calda engrossava, o fruto amolecia, mas continuava verdinho por causa do cobre.
O adocicado “bouquet” do doce de mamão tomava conta da casa.
Eu adorava comer assim:
Depois de gelado, pegava uma bela colherada de doce e ia comer devagarinho, sentado no quintal observando a natureza, um universo bem ali no fundo da casa.
+ Lembranças:
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