Chef Taico
Receita: Mocotó

Tempo de preparo: 02:30h | Serve: 08 pessoas

Ingredientes:

  • 02 mocotós de boi bem limpos e cortados
  • 02 tomates picados
  • 01 pimenta dedo de moça picadinha
  • 02 cebolas picadas
  • 01 cebola ao meio
  • 01 cenoura picadinha e 01 cenoura em pedaços grandes
  • 02 talos de salsão picados
  • 02 dentes de alho picados
  • 01 talo inteiro
  • 200 ml de vinho tinto seco
  • 02 folhas de louro
  • Suco de meio limão
  • Ervas
  • Sal, azeite e pimenta

Modo de preparo:

  1. Coloque 2 litros de água na panela de pressão. Junte o mocotó, o talo de salsão, a cenoura em pedaços grandes, a cebola ao meio, as folhas de louro, o vinho, ervas e tempere com sal e pimenta.
  2. Cozinhe por mais ou menos 1 hora até que esteja macio e descolando dos ossos.
  3. Retire o mocotó, pique grosseiramente e reserve o caldo.
  4. Em outra panela, aqueça azeite e refogue a pimenta com a cebola, o salsão, o alho e o tomate.
  5. Assim que murchar bem junte o mocotó e mexa firmemente.
  6. Adicione o limão e caldo suficiente para cozinhar em fogo baixo por 15 minutos.
  7. Com o caldo restante faça um pirão mole adicionando ao caldo um pouco de farinha de mandioca torrada.
  8. Sirva o pirão com o mocotó.


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Crônica: Pé de boi

O desbravamento era bruto demais.

Derrubadas, queimadas, destocas com muita poeira, muito suor, e tudo entremeado com muita chuva e muita lama.

O boi enfrentava, carregava, puxava, abria, semeava, desbravava.

Como dizia o meu pai: “O boi não sabe a força que tem”.

Canela seca e grossa pisava empurrando com força, passando e repassando, fazendo o trilheiro na mata, na capoeira, nas minas d’água, vencendo cascalho, pedras e tocos com seu casco grosso, em passadas picadas.

Pode contratar que este eu garanto. Este homem é um verdadeiro “pé de boi”, ou seja, ia trabalhar incansavelmente.

Aproveitando a fama, lá na metade dos anos 60 a Volkswagen lançou o fusca modelo “pé de boi”, que fazia referência a um automóvel rústico e forte.

Pra ser assim sinônimo de fortaleza tinha que ter muito osso, muito tutano e couro grosso.

Como do boi só não se aproveitava o berro, com água fervente os cascos saiam, sapecado no fogo os pelos eram raspados. Ficava branquinho e lisinho pra o machado afiado cortar em pedaços.

Cozido por horas no tacho de ferro com cebolas, alho, louros e muitas ervas, virava iguaria.

O bar era numa das esquinas da Mato Grosso. Aproveitando uma casa antiga de perobas, derrubaram o muro, calçaram com cimento e fizeram um puxado de “Eternit”. As mesinhas e cadeiras de ferro dobrável eram esparramadas até as calçadas, apesar de abundantes eram disputadissimas. Pra sentar tinha que chegar cedo.

Ali no Bar do Souza os petiscos e a cerveja gelada cativavam a freguesia. Eu todas as sextas madrugava e bem instalado nem precisava pedir. Exímio maitre, conhecedor da profissão, meu amigo Celso com o sorriso aberto sob o vasto bigode servia rapidamente o consagrado “Caldinho de mocotó”, que eu saboreava com rodelas de pão e muita pimenta.

Assim na boca toda força se tornava sabor.


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